sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Sobre a morte de Mandela e como esquecemos nossas origens



Por que no meio da dor os negros, dançam, cantam e riem -Leonardo Boff
11/12/2013
Leonardo Boff - teólogo, filósofo e escritor
Milhares de pessoas em toda a África do Sul misturam choro com dança, festa com lamentos pela morte de Nelson Mandela. É a forma como realizam culturalmente o rito de passagem da vida deste lado para a vida do outro lado, onde estão os anciãos, os sábios e os guardiães do povo, de seus ritos e das normas éticas. Lá está agora Mandela de forma invisível mas plenamente presente acompanhando o povo que ele tanto ajudou  a se libertar.

Momentos como estes nos fazem recordar de nossa mais alta ancestralidade humana. Todos temos nossas raízes na África, embora a grande maioria o desconheça ou não lhe dê importância. Mas é decisivo que nos reapropriemos de nossas origens, pois elas, de um modo ou de outro, na forma de informação, estão inscritas no nosso código genético e espiritual.

Refiro-me aqui a tópicos de um texto que há tempos escrevi sob o título Somos todos africanos, atualizado face à situação atual mudada. De saída,  importa denunciar a tragédia africana: é o continente mais esquecido e vandalizado das políticas mundiais. Somente suas terras contam. São compradas pelos grandes conglomerados mundiais e pela China para organizar imensas plantações de grãos que devem garantir a alimentação, não da Africa mas de seus países, ou negociadas no mercado especulativo. As famosas land grabbing possuem, juntas, a extensão de uma França inteira. Hoje, a África é uma espécie de espelho retrovisor de como nós humanos pudemos no passado, e podemos hoje ainda,  ser desumanos e terríveis. A atual neocolonização é mais perversa que a dos séculos passados.

Sem olvidar esta tragédia, concentremo-nos na herança africana que se esconde em nós. Hoje é consenso entre os paleontólogos e antropólogos que a aventura da hominização se iniciou na África, cerca de 7 milhões de anos atrás. Ela se acelerou passando pelo homo habilis, erectus, neanderthalense até chegar ao homo sapiens, cerca de 90 mil anos atrás. Depois de ficar 4,4 milhões de anos em solo africano, este se propagou para a Ásia, há 60 mil anos; para a Europa, há 40 mil anos; e para as Américas há 30 mil anos. Quer dizer, grande parte da vida humana foi vivida na África, hoje esquecida e desprezada.

obs: É consenso do paleontólogos e antropólogos que a aventura da hominização se iniciou na África, há cerca de 7 milhões de anos

A África, além de ser o lugar geográfico de nossas origens, comparece como  o arquétipo primal: o conjunto das marcas, impressas na alma de todo ser humano. Foi na África que este elaborou suas primeiras sensações, onde se articularam as crescentes conexões neurais (cerebralização), brilharam os primeiros pensamentos, irrompeu a criatividade e emergiu a complexidade social que permitiu o surgimento da linguagem e da cultura. O espírito da África está presente em todos nós.
Identifico três eixos principais do espírito da África, que  podem nos inspirar na superação da crise sistêmica que nos assola.

O primeiro é o amor à Mãe Terra, a Mama Africa. Espalhando-se pelos vastos espaços africanos, nossos ancestrais entraram em profunda comunhão com a Terra, sentindo a interconexão que todas as coisas guardam entre si, as águas, as montanhas, os animais, as florestas e as energias cósmicas. Sentiam-se parte desse todo. Precisamos nos reapropriar deste espírito da Terra para salvar Gaia, nossa Mãe e única Casa Comum.

O segundo eixo é a matriz relacional (relational matrix no dizer dos antropólogos). Os africanos usam a palavra ubuntu que significa:“Eu sou o que sou porque pertenço à comunidade” ou “eu sou o que sou através de você, e você é você através de mim”. Todos precisamos uns dos outros; somos interdependentes. O que a física quântica e a nova cosmologia dizem acerca de interconexão de todos com todos é uma evidência para o espírito africano.

A essa comunidade pertencem os mortos como Mandela. Eles não vão ao céu, pois o céu não é um lugar geográfico, mas um modo de ser deste nosso mundo.  Os mortos continuam no meio do povo como conselheiros e guardiães das tradições sagradas.       

O terceiro eixo são os rituais e celebrações. Ficamos admirados que se dedique um dia inteiro de orações por Mandela, com missas e ritos. Eles sentem Deus na pele, nós ocidentais na cabeça. Por isso dançam e mexem todo o corpo, enquanto nós ficamos frios e duros como um cabo de vassoura.
Experiências importantes da vida pessoal, social e sazonal são celebradas com ritos, danças, músicas e apresentações de máscaras. Estas representam as energias que podem ser benéficas ou maléficas. É nos rituais que ambas se equilibram e se festeja a primazia do sentido sobre o absurdo.

Notoriamente, é pelas festas e ritos que a sociedade refaz suas relações e reforça a coesão social. Ademais nem tudo é trabalho e luta. Há a celebração da vida, o resgate das memórias coletivas e a recordação das vitórias sobre ameaças vividas.

Apraz-me trazer o testemunho pessoal de um dos nossos mais brilhantes jornalistas, Washington Novaes:“Há alguns anos, na África do Sul, impressionei-me ao ver que bastava se reunirem três ou quatro negros para começarem a cantar e a dançar, com um largo sorriso. Um dia, perguntei a um jovem motorista de táxi: "Seu povo sofreu e ainda sofre muito. Mas basta se juntarem umas poucas pessoas, e vocês estão dançando, cantando, rindo. De onde vem tanta força?" E ele: "Com o sofrimento, nós aprendemos que a nossa alegria não pode depender de nada fora de nós. Ela tem de ser só nossa, estar dentro de nós".

Nossa população afrodescendente nos dá a mesma amostra de alegria que nenhum capitalismo e consumismo pode oferecer.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

SUDÃO DO SUL: o mais novo país do pedaço!

Sudão do Sul se torna o mais novo país do mundo

(http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/07/110708_sudao_do_sul_independencia_mm.shtml)

Atualizado em  8 de julho, 2011 - 18:52 (Brasília) 21:52 GMT
Mulher comemora nas ruas de Juba a independência do Sudão do Sul. AFP
O Sudão do Sul discute se cria uma nova cidade para ser a capital, que por ora é Juba
O Sudão do Sul se tornou oficialmente às 18h01 desta sexta-feira (hora de Brasília, 0h01 de sábado, hora local) o mais novo país do mundo, ao oficializar sua independência do restante do Sudão.
Nas ruas da capital do país, Juba, centenas de pessoas comemoraram a mudança logo após o horário oficial da separação do norte.
Segundo o enviado da BBC a Juba Will Ross, às vésperas do nascimento do país as rádios tocaram sem parar o hino nacional sul-sudanês, composto por estudantes locais.
O país nasce a partir de um acordo de paz firmado em 2005, após 12 anos de uma guerra civil que deixou 1,5 milhão de mortos. Em janeiro, 99% dos eleitores do Sudão do Sul votaram a favor da separação da região, predominantemente cristã e animista, em relação ao norte, governado a partir de Cartum, onde a população é em sua maioria muçulmana e de origem árabe.
Nesta sexta-feira, o governo do presidente sudanês, Omar Bashir, reconheceu formalmente a independência da parte sul de seu país. Ele estará em Juba, no sábado para a festa, assim como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que será recepcionado pelo presidente interino do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit.
Apesar de possuir grandes reservas de petróleo, o Sudão do Sul nasce como um dos países mais pobres do mundo, com a maior taxa de mortalidade materna, a maioria das crianças fora da escola e um índice de analfabetismo que chega em 84% entre as mulheres.
Embora não haja estatísticas oficiais, a ONU estima que a população do país varie entre 7,5 e 9,5 milhões. O Sudão do Sul também nasce sendo um dos maiores do continente, superando as áreas de Quênia, Uganda e Ruanda somadas.
Crianças em Juba, no Sudão do Sul. Getty
Após comemorar a independência, o Sudão do Sul terá de resolver a questão da fonteira com o norte

Abyei e Kordofan
A independência está sendo celebrada sem que as fronteiras entre o sul e o norte já estejam completamente definidas. Um foco de tensão é o debate sobre quem ficará a região de Abyei, rica em petróleo.
Em maio, forças do Sudão do Norte entraram em Abyei. Os conflitos forçaram 170 mil pessoas a deixarem suas casas, para fugir da violência.
O acordo de 2005 previa um referendo para os moradores da área decidirem se ficariam com o norte ou o sul, mas por causa da tensão a votação ainda não ocorreu.
Antecipando-se a uma eventual retomada da guerra civil, o Conselho de Segurança da ONU aprovou, também em maio, o envio de uma missão de paz com 7 mil militares para a área, a maioria da Etiópia.
A separação também acendeu os ânimos na região de Kordofan do Sul, que está sob controle do governo de Cartum.
Povoada por minorias étnicas sem ligação com a população árabe do norte, a região quer se juntar ao novo país. Confrontos na região já provocaram o deslocamento de 60 mil moradores.

Petróleo, selos e capital
A questão do petróleo é uma das questões mais sensíveis na divisão do Sudão.
A maior parte das reservas fica no sul, mas quase toda a infraestrutura para refino e transporte fica no norte. Por enquanto, a receita é dividida meio a meio.
Além de discutir uma nova divisão nos lucros, o sul e o norte também têm de dividir a dívida pública do Sudão.
A nacionalidade dos sul-sudaneses que vivem no norte é outro problema. O governo de Cartum já revogou a cidadania destas pessoas, que agora migram em massa para a antiga terra natal, para se tornarem cidadãos do mais novo país do mundo.
Mas as delicadas questão envolvendo o norte não são os únicos problemas que o Sudão do Sul está tendo que enfrentar.
O país ainda discute, por exemplo, quem irá estampar as notas da futura nova moeda, o design dos selos e até qual será a capital – Juba ou uma nova cidade a ser construída, que pode até ter o formato de animais ou frutas africanas.
O nascimento do país também provocou mudanças na ONU, onde engenheiros discutem se incluem mais uma cadeira no já apertado plenário da Assembleia Geral, ou se o Sudão do Sul vai ocupar o espaço do Vaticano ou da Autoridade Palestina, que têm assento na sala, mas não são Estados-membros.
Sudão, um país dividido


As grandes diferenças que dividem o Sudão são visíveis até do espaço, como mostra essa imagem de satélite da Nasa. Os Estados do Norte são uma área desértica, interrompida apenas pelo fértil vale do Nilo. O Sul do Sudão é coberto por vastas áreas verdes, pântanos e florestas tropicais.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Uma aula sobre CARTOGRAFIA - Parte 3

GEOPROCESSAMENTO
É o nome dado ao processo informatizado dos dados que são extraídos de satélites, além do uso de mapas, cartas topográficas, plantas.
Um GIS (Sistema de Informações Geográficas) é um sistema de manejo de dados computadorizados projetado para coleta, armazenagem, análise e visulaização dos dados espaciais. A agência brasileira que cuida desses processamentos é o INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
O Inpe tem instalações em diversos pontos do Brasil:
Uma imagem de satélite é processada da seguinte forma:
 

Saõ usados diversos satélites, por exemplo, os Landsat.

A série Landsat (Land Remote Sensing Satellite), iniciou em 1972 com o lançamento do satélite ERTS-1. Ela teve seqüência com os Landsat 2, 3, 4 e sobretudo com o Landsat 5 e 7. O principal objetivo do sistema Landsat foi o mapeamento multispectral em alta resolução da superfície da Terra. Esse foi e é de longe o sistema orbital mais utilizado na Embrapa Monitoramento por Satélite no mapeamento da dinâmica espaçotemporal do uso das terras e em todas as aplicações decorrentes. A antena do INPE em Cuiabá recebe de forma contínua imagens de todo o território nacional, desde os anos setenta, e isso constitui um enorme e único acervo de dados sobre o país. 


Temos outros satélites, como o Goes:

 
PRINCIPAIS USOS DAS IMAGENS DE SATÉLITES:
Acompanhamento do uso agrícola das terras
Apoio ao monitoramento de áreas de preservação
Atividades energético-mineradoras
Cartografia e atualização de mapas
Desmatamentos
Detecção de invasões em áreas indígenas
Dinâmica de urbanização
Estimativas de fitomassa
Monitoramento da cobertura vegetal
Queimadas
Secas e inundações


GPS
 
        GPS é a sigla de “Global Positioning System” que significa sistema de posicionamento global, em português. GPS é um sistema de navegação por satélite com um aparelho móvel que envia informações sobre a posição de algo em qualquer horário e em qualquer condição climática.
         Assim como um telefone celular, um receptor GPS depende das ondas de rádio. Mas em vez de usar torres no solo, ele se comunica com satélites em órbita na Terra. Atualmente existem 27 satélites GPS em órbita: 24 estão em uso e ativos e 3 atuam como reservas, em caso de falha de outro satélite.
Para poder determinar sua localização, um receptor GPS precisa definir a localização de, no mínimo, três satélites acima de você .
O receptor, então, usa a trilateração para determinar sua localização exata. Basicamente, ele desenha uma esfera ao redor de cada um dos três satélites que pode localizar. Estas três esferas se interceptam em dois pontos: um no espaço e outro no solo. O ponto no solo no qual as três esferas se interceptam é sua localização. 




FORMAS DA TERRA 
 A Terra não é redonda ou elíptica, mas sim um geóide, ou seja, sem forma definida.





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DAS AULAS SOBRE CARTOGRAFIA PARTES 1,2 E 3
 
ALBUQUERQUE, Paulo C.G. Ensinando Cartografia. Capítulo 10. Inpe.
www.ibge.gov.br
www.iga.br  (Instituto de Geociências Aplicadas)
www.inpe.br
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/projecoes-cartograficas-cilindrica-conica-e-azimutal.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/fusos-horarios-entenda-como-se-determina-a-hora-em-cada-pais.htm
http://www.geosurvey.com.br/geopr/oqgeop.htm
http://www.cartografia.eng.br
www.significados.com.br
 Rev. Bras. Ensino Fís. vol.33 no.2 São Paulo Apr./June 2011

Uma aula sobre CARTOGRAFIA: Parte 2

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
São formas de representar os lugares e a Terra de acordo com técnicas cartográficas. As três mais usadas são a CILÍNDRICA, CÔNICA e AZIMUTAL ou PLANA.

#Projeção cilíndrica#
Nem todas as projeões cilíndricas são iguais. As mais conhecidas são as três a seguir:
1- Gerard Mercator (1512-1594) desenvolveu seu trabalho durante as Grandes Navegações européias do século XIV. è uma projeção eurocêntrica, ou seja, a Europa fica no meio do mapa, para mostrar sua suposta superioridade, mas também os continentes mais perto dos pólos ficam deformados e muito maiores do que são, enquanto os mais perto da linha do Equador, ficam mais próximos de suas áreas reais.

2-Arno Peters (1916-2002) considerava que os mapas eram uma das manifestações da submissão dos países subdesenvolvidos, daí combatia a superioridade dos países desenvolvidos do Norte mostrada em outras projeções baseadas na do Mercator. Assim propôs uma mapa onde todos os países deveriam ser retratados de forma mais fiel possível à sua área, destacando, assim, os países subdesenvolvidos.

3- Artur H. Robinson, com objetivo de aperfeiçoar a projeção de Mercator, criou uma projeção, em 1963, onde as linhas meridianos se encontram nos pólos, dando um aspecto mais fiel aos países. è a mais usada em Atlas.

#Projeção Cônica#
Essa projeção, por ser baseada em um cone, é mais usada para representar partes da superfície terrestre, como um trecho de continente, por exemplo.





#Projeção azimutal ou plana#
O mapa nessa projeção é cosntruído sobre um plano tangente a qualquer ponto da Terra e esse ponto será então o centro do mapa. É usada geralmente para representar os pólos. O símbolo da ONU é uma projeção azimutal do pólo Norte.
Vejamos como fica:
 
                                          ONU



COORDENADAS GEOGRÁFICAS
Qualquer ponto ou área na superfície da Terra podem ser localizados através do cruzamento de linhas imaginárias chamadas PARALELOS e MERIDIANOS medidas em graus, minutos e segundos.
O Meridiano de origem, o  0º, é uma linha imaginária que passa pelo Observatório britânico de Greenwich e é o ponto de origem das LONGITUDES e divide a Terra em Hemisfério Ocidental e Oriental.
O paralelo de origem é a linha do Equador, 0º, que divide a Terra em Hemisfério Norte e Hemisfério Sul, considerado origem das LATITUDES.

Uma coordenada geográfica é dada por um endereço em graus onde a latitude vem primeiro e depois a longitude, indicando as linhas a serem cruzadas.
Exemplo: 25º40'50''N 120º10'20''L
Assim, a primeira parte indica a linha norte ou sul e a segunda, leste ou oeste.



FUSOS HORÁRIOS
Devido de rotação, diversos pontos da Terra apresentam diferenças de horários. A determinação da hora parte do princípio de que a Terra é redonda, mede 360º e que a rotação dura 24horas. Assim temos que 360º/24h=15º (1h)
Portanto, a cada 15º que a Terra gira, passa-se 1 hora, e essas 24 faixas são cchamadas de fusos horários. Essa padronização ocorreu no século XVIII.

ROTAÇÃO TERRESTRE
observatório de Greenwich




MAPAS TOPOGRÁFICOS 
São mapas de relevo, ou seja, que representa as altitudes de um lugar. (Lembrando: ALTITUDE é a diferença de altura entre um ponto de referência - nível do mar - e outro ponto)
Para se chegar a um mapa de relevo, é preciso primeiro confeccionar um mapa topográfico, com as curvas de nível de um lugar, ou seja, as altitudes, para depois colorir e assim poder enxergar melhor os diferentes relevos.
Curvas de nível



 O Brasil é todo mapeado em cartas topográficas de 1:50 000, como a de Araruama embaixo:

Mais de cartografia na Parte 3.

Uma aula sobre CARTOGRAFIA Parte 1

"Mostre-me um geógrafo que nãao necessite deles (mapas) constantemente e os queira ao seu redor e eu terei minhas dúvidas se ele fez a correta escolha em sua vida. O mapa fala através da barreira da linguagem." (Sauer, 1963)

Os mapas aparecem antes mesmo da escrita na História da Humanidade.
O termo cartografia foi criado pelo  historiador português Visconde de Santarém em 1839.
Os mapas têm sido uma ferramenta tão importante usada para ampliar os espaços e organizar sua ocupação que o geógrafo Yves Lacoste intitulou um de seus livros : "A Geografia serve, antes de mais nada, para fazer a guerra" , se referindo ao fato de que o conhecimento do território sempre foi fundamental para o ser humano, principalmente, para dominar.

A Cartografia  deve assegurar que um mapa responda às seguintes questões:
ESPACIAL- onde ocorre o fato - qual a forma - quais as dimensões
TEMPORAL- quando ocorre o fato
TEMÁTICO- qual o tipo de ocorrência

O mapa mais antigo que o mundo conhece é o da cidade de Ga-Sur, na região da Mesopotâmia, datado de 3800 a 2500 AC

O mapa a seguir é o do Brasil, aproximadamente de 1523 - 1525. Observe a quantidade de desenhos que se faziam no mapa além da quantidade de informações e cores; um mapa era, também quase um relatório de um local nessa época.


TIPOS DE MAPA
Os mapas podem ser divididos em três tipos: BÁSICOS, TEMÁTICOS e ESPECIAIS.

BÁSICOS são os que contém poucas informações.
TEMÁTICOS são confeccionados usando um mapa básico.
ESPECIAIS são encomendados e apenas usados por um número pequeno de pessoas, técnicos como geógrafos, biólogos, geólogos, meteorologistas, climatólogos, etc.
Exemplo de mapa básico: Balcãs político

Exemplo de mapa temático: Brasil - agricultura

Exemplo de mapa especial: Umidade relativa do ar da região sudeste-Brasil

ELEMENTOS DE UM MAPA
São elementos essenciais de um mapa:
TÍTULO , ESCALA, LEGENDA, ORIENTAÇÃO e FONTE.


#ESCALA#
É o número que indica quantas vezes uma área real está reduzida para que seja representada em uma folha de papel. São dois tipos: Numérica e Gráfica.
A escala numérica é sempre usada em centímetros, e sua configuração é 1: 50000. Se lê 1 para 50 mil (no caso). Sempre a configuração 1: estará presente para representar 1cm do papel que será igual a 50 mil cm (no caso) na realidade.

A escala gráfica é uma régua e pode ser usada para quilômetros ou metros. Sempre de 1 em 1 centímetro, significa que a cada parte da régua (1cm) será representada por um número de km ou m na realidade.

Vejamos:


#LEGENDA#
 Uma legenda revela símbolos cartográficos usados para representar elementos naturais ou geográficos e culturais como rodovias, prédios, vegetação, relevo, rios, etc.
  Há uma convenção cartográfica internacional, como, por exemplo, o uso de azul somente para água.


#ORIENTAÇÃO#
É a indicação de onde está o Norte do planeta Terra, simplesmente indicado por uma seta, ou uma seta com um N ou até uma rosa dos ventos como esta embaixo:


Mais Cartografia na aula 2. Até.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Filosofia e sua importância


A importância de ensinar filosofia


Por Milton Alípio*


http://filosofia.uol.com.br/filosofia/ideologia-sabedoria/21/artigo179383-1.asp
A base do conhecimento ocidental formou-se por meio do conhecimento subjetivo. Na procura da justiça ideal, da ética, da moral, da virtude, da prudência, ou seja, temas metafísicos. Os filósofos antigos buscavam verdades sobre os temas em contraposição aos sofistas, que eram remunerados somente para ensinar a "arte da argumentação" sem compromisso com a verdade.
Enfim, a filosofia nasce da "arte do questionar" em contraposição a "arte da argumentação" dos sofistas. Com a "arte do questionar", o conhecimento tem a maior evolução da história no decorrer do tempo, passando da busca de verdades subjetivas para o conhecimento aplicado a ciências científicas.
Além do questionamento, o conhecimento é levado à prova, na qual há a necessidade de justificar as teorias desenvolvidas com metodologias fundamentadas. Ou seja, as teorias passam por um processo de comprovação baseadas em metodologias científicas, utilizando premissas válidas na aplicação de novos conhecimentos que vão afirmar se são teorias assertivas ou não. Assim, utilizando metodologias desenvolvidas ao longo do tempo, a filosofia desenvolveu a base do conhecimento que estamos mergulhados hoje.
A arte de ensinar filosofia está na metodologia aplicada na extração do conhecimento científico, e acima de tudo no desenvolvimento de indivíduos capazes de relacionar, extrair e subtrair entendimentos dos mais simples aos mais complicados problemas que nos são colocados à prova.
Para a formação de pessoas críticas, para uma sociedade mais justa e, acima de tudo, de pessoas capazes de diferenciar dogmas de ciência, a filosofia é o caminho mais curto. Enquanto estivermos mergulhados num sistema de ensino que tem como objetivo a formação de indivíduos baseados em sistemas metodológicos sem consistência, a filosofia deve ser considerada a ferramenta mais eficaz a ser aplicada para que ocorra a transformação das pessoas.
Rene Descartes é a maior expressão disto ao afirmar: "percebi que, ao mesmo tempo que eu queria pensar que tudo era falso, fazia-se necessário que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, ao notar que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão sólida e tão correta que as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de lhe causar abalo, julguei que podia considerá-la, sem escrúpulo algum, o primeiro princípio da filosofia que eu procurava".
O conhecimento como ferramenta democrática e plural é preciso que seja utilizada para romper as amarras da ignorância daqueles que só conseguem visualizar sombras. Levar a filosofia às escolas é tirar das sombras milhões de indivíduos que hoje estão à margem da sociedade, sem perspectivas e sonhos, transportando-os para a luz da sociedade.
A transformação dos indivíduos sempre foi um processo lento e controlado pelo Estado. Portanto, a ferramenta comprovadamente, eficaz para transformação de indivíduos é a filosofia. Será que o Estado tem interesse em levar conhecimento às classes mais pobres, na formação de opinião?

*Milton Alípio é professor da Faculdade de Filosofi a, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH - USP) e-mail: milton. alipio@primesys.com.br

A escola como espaço praticado

Minha dissertação de mestrado sobre os diferentes espaços que verificam-se nas escolas em que estudamos/vivemos/trabalhamos.


http://www.observatorioseguranca.org/documentos/METODOLOGIA%202011/Aula%206%202011/espa%E7o%20e%20escola/A%20escola%20como%20espa%E7o%20praticado%20GLAUCIA%20%20AZEVEDO.pdf